Todo estrangeiro é passível de pena capital por blasfêmia?

(1) תנו רבנן איש מה ת"ל איש איש לרבות את העובדי כוכבים שמוזהרין על ברכת השם כישראל ואינן נהרגין אלא בסייף שכל מיתה האמורה בבני נח אינה אלא בסייף

(2) והא מהכא נפקא מהתם נפקא ה' זו ברכת השם

(3) אמר ר' יצחק נפחא לא נצרכא אלא לרבותא הכינויין ואליבא דרבי מאיר

(4) דתניא (ויקרא כד, טו) איש איש כי יקלל אלהיו ונשא חטאו מה תלמוד לומר והלא כבר נאמר (ויקרא כד, טז) ונוקב שם ה' מות יומת לפי שנאמר ונוקב שם מות יומת יכול לא יהא חייב אלא על שם המיוחד בלבד מניין לרבות כל הכינויין תלמוד לומר איש כי יקלל אלהיו מכל מקום דברי רבי מאיר

(5) וחכמים אומרים על שם המיוחד במיתה ועל הכינויין באזהרה

(6) ופליגא דרבי מיישא דאמר רבי מיישא בן נח שבירך את השם בכינויים לרבנן חייב

(7) מאי טעמא דאמר קרא (ויקרא כד, טז) כגר כאזרח גר ואזרח הוא דבעינן בנקבו שם אבל עובד כוכבים אפילו בכינוי

(8) ורבי מאיר האי כגר כאזרח מאי עביד ליה גר ואזרח בסקילה אבל עובד כוכבים בסייף סלקא דעתך אמינא הואיל ואיתרבו איתרבו קמ"ל

(9) ורבי יצחק נפחא אליבא דרבנן האי כגר כאזרח מאי עביד ליה גר ואזרח הוא דבעינן שם בשם אבל עובד כוכבים לא בעינן שם בשם

(10) איש איש למה לי דיברה תורה כלשון בני אדם

(11) תנו רבנן שבע מצות נצטוו בני נח דינין וברכת השם ע"ז גילוי עריות ושפיכות דמים וגזל ואבר מן החי

(1) § Os Sábios ensinaram num baraita com relação ao verso: יְקַלֵּל “Quem amaldiçoar seu Elohim levará seu pecado” (Vaicrá 24 : 15), que o verso poderia ter declarado: Aquele que amaldiçoa seu Elohim... Por que o verso teve que declarar: “um homem...um homem [ איש איש ]”? Foi para poder incluir os estrangeiros, que estariam então proibidos de "abençoar", ou seja, amaldiçoar o nome divino, assim como os israelitas . E eles seriam executados por esta transgressão somente pela espada, pois todo caso de pena capital declarado em relação aos descendentes de Noah, seriam somente pela espada.

(2) A Guemará pergunta: Mas esta halahá é derivada daqui? Pelo contrário, foi derivado de lá: “E o HaShem Elohim ordenou ao Adam” (Bereshit 2 : 16), como foi afirmado num baraita : “O HaShem”, isso está se referindo à bênção, isto é, a proibição de amaldiçoar o nome divino.

Este verso diz respeito a Adam o primeiro e, portanto, seria obrigatório a toda a humanidade.

(3) O rav Itzḥak Napaḥa disse: O verso “alguém que amaldiçoa seu Elohim” foi necessário apenas para incluir os estrangeiros que amaldiçoassem usando as denominações, ou seja apelidos para o nome divino, em vez de mencionar o Nome Inefável. E este ensino está de acordo com a opinião do rabino Meir.

(4) Como foi ensinado num baraita : Por que o verso teve que declarar: איש איש Qualquer um que amaldiçoar seu Elohim levará seu pecado”? Mas já não tinha sido declarado: “E aquele que blasfemar o nome do HaShem será executado (Vaicrá 24 : 16)? Sim! Isso já tinha sido dito antes. Em vez disso então, visto que se diz: “E aquele que blasfemar o nome do HaShem será executado”, se poderia pensar que a pessoa em questão, seria responsável apenas por amaldiçoar o Nome Inefável. De onde é derivado que o verso inclui aquele que amaldiçoa usando quaisquer apelidos também? O verso declara: איש איש "um homem, um homem", que amaldiçoar seu Elohim,” para indicar que, tal pessoa seria passível de execução em qualquer caso. Isto é o que foi declarado pelo rabino Meir.

(5) E os rabinos disseram: Por amaldiçoar o nome inefável, a pessoa seria punida com a pena capital, e por amaldiçoar com os apelidos, a pessoa seria apenas passível de receber chicotadas, por violar uma proibição.

(6) A Guemará comenta: E o rav Itzḥak Napaḥa, que sustenta que de acordo com os rabinos, dizendo que os estrangeiros não seriam responsáveis ​​por amaldiçoarem apelidos para o nome divino, discorda da opinião do Rav Meiasha. Tal qual o rav Meiasha disse: Um descendente de Noah que "abençoasse" Elohim com um dos apelidos, estaria sujeito a ser executado, mesmo de acordo com a opinião dos rabinos.

(7) Qual seria a razão? É porque o verso diz: “O estrangeiro, bem como o natural, quando blasfemar o nome, será executado” (Vaicrá 24 : 16), do que se deriva que seria apenas no caso de um estrangeiro ou um israelita natural que exigimos a condição: “Quando ele blasfemar o nome”, ou seja, ele seria passível de ser executado, apenas se ele amaldiçoasse o Nome Inefável. Mas um estrangeiro estaria sujeito a ser executado mesmo por meramente amaldiçoar um apelido.

(8)A Guemará pergunta: E o que rabino Meir fez com esta parte do verso: O estrangeiro, assim como o natural”? O que ele derivava disso, já que discordava? A Guemará responde: O rabino Meir deduziu que um estrangeiro convertido ou um israelita natural poderia ser executado por Sekilá por esta transgressão, mas um estrangeiro não convertido, seria executado pela espada. Essa exclusão seria necessária na opinião dele, caso contrário, pode entrar em sua mente dizer que , uma vez que os estrangeiros estariam incluídos nas halahot deste verso, eles estariam incluídos em todas as halahot do tema da blasfêmia. E não é isso. Portanto, o verso nos ensinaria que eles não seriam executados por Sekilá.

(9) A Guemará pergunta: E o que o rav Itzḥak Napaḥa fez com isso? Com a parte do verso que diz: O estrangeiro, assim como o natural”, de acordo com a opinião dos rabinos, uma vez que o rav Itzḥak Napaḥa sustentava que os rabinos não consideravam um israelita ou um estrangeiro responsável por amaldiçoar um apelido? A Guemará responde: Ele deduziu que era especificamente, em relação a um estrangeiro e a um israelita natural que exigiríamos a condição de que ele amaldiçoe o nome divino, para então ser passível de pena capital; por meio de um nome divino de fato; mas com relação a um estrangeiro, não exigimos que ele amaldiçoe um nome divino, por um nome divino de fato, para que ele seja considerado responsável.

(10) A Guemará pergunta: Por que eu precisaria dos termos inclusivos איש איש um homem, um homem" que amaldiçoar seu Elohim”, posto que de acordo com as opiniões dadas, dizendo que não derivaram a conclusão disso, de que um estrangeiro seria responsável por amaldiçoar um apelido? A Guemará responde: Nenhuma halahá é derivada disso; pois o modo de expressão era esse, dentro do princípio de que, a Torá falava na língua das pessoas.

(11) § Uma vez que as halahot dos descendentes de Noah foram mencionadas, uma discussão completa das mitzvot de Noah foi apresentada: Os Sábios ensinaram num baraita : Os descendentes de Noah, ou seja, toda a humanidade, foram ordenados a observar sete mitzvot: A mitzvá de estabelecer tribunais de julgamento; e a proibição de "bênção", isto é, de amaldiçoar, o nome divino; e a proibição do Avodá Zará; e a proibição de relações sexuais proibidas; e a proibição de derramamento de sangue; e a proibição de roubo; e a proibição de consumir o membro de um animal vivo.